Até parece ação combinado. Logo depois que o PT desferiu severo ataque a uma jornalista e a um veículo de comunicação, o STF conclui um julgamento com repercussão geral institucionalizando a censura no Brasil.
No primeiro caso, a presidente do PT, Gleisi Hoffman soltou uma nota acusando a jornalista Andrea Matais, editora de O Estadão, de produzir fake News. Segundo Hoffman, o intuito da reportagem era associar Dino ao crime organizado. Ela mesma associada a outro tipo crime, quando foi chamada de Amante, resolveu empinar ainda mais o narizinho.
Baseada numa matéria não confirmada de um site petista (Fórum), esta, sim, inverídica, a presidente do PT açulou a matilha digital, que passou a ladrar num ataque pessoal feroz contra a jornalista. Ela teria, segundo a infamante, obrigado seus subordinados a fazer a matéria da Dama do Tráfico recebida no Ministério da Justiça. No delírio petista, era tudo mentira.
Ao contrário da Fórum, o Estadão mostrou que era tudo verdade, como o próprio ministro reconheceu. Foi recebida não uma, mas duas vezes, por secretários de Dino. O périplo da Dama do Tráfico em Brasília foi financiado pelo governo, que bancou passagem e hospedagem. Ela discursou e incluiu sugestão em políticas públicas do Ministério dos Direitos Humanos.
Entre os cães de ataque, estava uma foca. Felipe Neto chamou Matais de Dama das Fake News. Depois se retratou, mas deu o bis no ataque, direcionando ao jornal. Matais já fora alvo de ataque quando revelou que o governo brasileiro tinha agido para conseguir empréstimo para Argentina com o fim de favorecer a candidatura de Massa. Os milhões não derrotaram o Milei.
Em outra trincheira contra a liberdade de imprensa se esgueiravam os ministros do STF, aguardando a oportunidade para o bote. O julgamento que fulminou a liberdade de imprensa é de um fato ainda dos anos 90. O primeiro passo no rumo ao autoritarismo judicial foi censura explícita praticada por Alexandre de Moraes, escolhido a dedo por Toffoli, para relatar um inquérito ilegal com o fim de praticar vingança a quem se colocasse contra a corte, mesmo dizendo verdade.
A primeira vítima foi o site O Antagonista, com sua revista digital Crusoé. Simplesmente porque divulgou matéria informando que o então presidente do STF, Toffoli, estava na lista de propinas da Osebrecht, sob o codinome “o amigo do amigo do meu pai”. Ainda atenta, houve forte reação da sociedade civil. Ciente de sua barbeiragem judicial, Moraes recolhe as armas e suspendeu a censura. Ainda não era tempo.
Com a pandemia e o desenrolar da polarização política, os transviados do STF voltaram ao ataque com força, aumentando paulatinamente o volume e o autoritarismo de suas operações. Primeiro, desmonetizaram blogueiros. A imprensa aceitou. Depois perseguiu, fechou empresas (Terça Livre), prendeu jornalistas e produziu exilados políticos. Eram jornalistas, mas bolsonaristas. A imprensa acedeu, parte comemorou.
Ainda quando atuaram contra veículos tradicionais, como a Jovem Pan, censurando e punindo profissionais, teve gente que aplaudiu. Um filme teve o seu lançamento proibido. E ninguém bradou.
A elefantíase política do STF não para de crescer. A hipertrofia que aglutinou prerrogativas dos poderes Executivo e Legislativo alcança agora a imprensa, o quarto poder. A maioria, com exceção do Jornal O Globo, grita contra a censura. A Folha, além do Capítulo Sombrio do STF, em editorial, publicou que a Corte eleva risco de ações contra a imprensa, e ainda teve colunista a dizer que nem a ditadura foi tão ambiciosa quanto o STF.
Veio meio tarde a grita contra o cerco à liberdade de expressão. Direito firmemente garantido pela Constituição. O imperador dos calvos diz, em sua defesa, que nenhum direito é absoluto. Certo, mas nunca foi tão relativizado quanto agora.
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Uma resposta
O DIREITO SÓ NÃO É ABSOLUTO QUANDO A VERDADE É INJUSTIÇADA!