A coisa aqui tá preta

Depois de Anielli Franco emburrar com o buraco negro, vem Marina para os braços da discussão corrigindo o senador Plínio Valério (PSDB-AM) que usou a expressão “abrimos a caixa-preta das ONGs”. Seria a caixa de Pandora, revelando os males soltos pelos onguistas que se locupletam com dinheiro verde?

Pode ser também que a ministra morena Marina, ao se ver no centro de atenções em meio a supostas irregularidades de amigos e sócios da causa ambientalista, tentasse mudar o foco com a falsa polêmica. Mas a patrulha linguística é real. Se é certo que algumas expressões possam denegrir a imagem de uma raça, não se pode impor uma agressão ao substrato cultural do povo. Quem quiser, evite tais expressões e doutrine os seus. Mas não venha com imposições. Minha língua, minhas regras.

A ministra repreendeu o parlamentar. “Não se pode associar coisa negativa ao preto, preta sou eu que estou aqui do seu lado”. O casamento de Militância com Ignorância há de parir uma rima pobre: Arrogância. Em que lugar do mundo caixa-preta conota negatividade? A não ser quando não encontram a caixa-preta que ajudaria a compreender as causas de um acidente aéreo e em alguns trens.

Curiosamente, a caixa é de cor laranja para facilitar sua busca. Preta, tenderia a se misturar com a paisagem em oceanos ou selvas, lugares de acidentes. Como é selada, seu interior é escuro. Marina deve ter exagerado no tarja preta ou estar tomada de espíritos malignos, coisa de magia negra. Vou acender uma vela preta para esconjurar essas entidades.

Nuvens negras pairam sobre o pensamento dos que querem impor cotas raciais até na língua do povo e manipular sua fala. Querem abolir todo tipo de graça, querem controlar a dinâmica da língua. São tão ridículos com seus ditames linguísticos, que acabam por se transformar em personagens de humor negro.

Chico Buarque, grande letrista, com algumas músicas geniais, intérprete inspirado da alma popular, compôs peças que se transformaram em clássicos da MPB. Teria hoje mais razão, na epístola ao seu caro amigo, repetir no refrão que a coisa aqui tá preta.

Se nós não resistirmos à invasão dos bárbaros da agenda identitária, será caixão e vela preta.


Assista ao comentário, um recorte do Café com Cléver, programa veiculado nas rádios:
Paraíso FM (Sobral)
Pioneira AM (Forquilha)
FM Cultura (Aracatiaçu)
Brisa FM (Tianguá)
:

#cafecomclever #lucianoclever #jornalismo#caixapreta#humornegro#denegrir#buraconegro#marina #aniellifranco

Luciano Cléver

Luciano Cléver

Jornalista formado pela UFC, em 1988, coordenou o núcleo de comunicação da Caixa por 18 anos, trabalhou como repórter na Gazeta Mercantil, no Diário do Nordeste como secretário de redação, editor do jornal Expresso do Norte (Sobral), foi editor do portal do Sistema Paraíso. Está à frente do programa de rádio Café com Cléver, veiculado na rádio Paraíso FM (Sobral). E nas redes sociais (Youtube.com/@cafecomclever). É comentarista na TV União. Cristão, apaixonado por cinema, vinho e xadrez.

14 respostas

    1. MARINA SEMPRE ESTEVE A APOIAR A ESQUERDA. O QUE FOI FEITO POR ELA PARA IMPEDIR QUE A AMAZÔNIA VENHA A SER DEVASTADA E EXPLORADA?
      O CERTO É QUE, MARINA É TANTOS OUTROS COM O MESMO DISCURSO, SÃO APENAS MAIS UM, QUE QUER NOS FAZER ACREDITA QUE SEMPRE FAZEM A COISA CERTA.

  1. Esses idiotas que cavalgam um discurso inconsequente, seccionista, fundado em ideologias malsãs, nunca leram Gilberto Freyre, nem os comunas Darcy Ribeiro, Paulo Prado nem o Sérgio Buarque de Holanda, pai do Chico.
    Com efeito, não somos brancos, nem pretos, nem amarelos etc. Somos A CIVILIZAÇÃO MESTIÇA NOS TRÓPICOS.

  2. Muita ignorância dessas pessoas que se auto intitulam os excluídos ,a Marina Silva é uma grande poetisa calada .

  3. Aconselho mudar o nome do seu programa. Café é preto. Como vc não é esquerdista fdp, eles podem frescar. É assim que a Suprema ignorância age.

  4. Um dos textos mais geniais que li nos últimos tempos!

    Definitivamente se Sobral Pinto, grande advogado, fosse jornalista, ele diria que o jornalismo não é uma profissão pra covardes!

    As vezes precisa ter coragem pra se falar sobre o óbvio, como fez outrora Darcy Ribeiro, e dizer que não tem nenhum problemas nas palavras e que este está nas pessoas!

    Parabéns, Jornalista Luciano Clever, pela coragem da defesa de nossa língua portuguesa.

  5. É realmente difícil entender a mente dessas pessoas que estão no poder. Sempre será um discurso vazio, cria-se uma distração linguística para encobrir podres maiores. É triste.

  6. O vítimismo racial, é apenas uma obkrdagem oportuna para sustentarem uma narrativa materialista onde o “Preto é inatingivel” simplesmente por que é explorando este vitmismo que retiram seus milhões, os pretos de verdade, continuarão pobres e miseráveis e quanto mais aumentar melhor pra essa corja vil continuar com a indústria da exploração racial. A ministra com cara de múmia é mais astuta do que podemos imaginar não tem nada de erro de gramática nem expressão linguística é tudo uma estratégia pra continuar entupindo os bolsos as custas dos pobres negros.

  7. Excelentes argumentos, jornalista. Esta frase “O casamento de Militância com Ignorância há de parir uma rima pobre: Arrogância” está impagável. Parabéns pelo texto cheio de bons aromas.

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