BRASIL MOBILIZADO
Depois da morte do patriota Cleriston Pereira da Cunha, causada pela inexplicável omissão de juiz da Suprema Corte brasileira, alguns corações adormecidos voltaram a bater em favor do Brasil, a reivindicar justiça, mercadoria esquecida nas prateleiras mofadas dos tribunais de nosso país. Em várias cidades os patriotas retornam à praça pública hoje. A partir das 15 horas, a Praça Portugal, em Fortaleza, será o local em que as pessoas preocupadas com os abusos do STF se reunirão para um protesto pacífico.
GOLPE
Cleriston Pereira da Cunha, como os demais manifestantes do 8 de janeiro, acoimado de terrorista, foi preso ilegalmente, torturado e morto por omissão dolosa de um magistrado que deveria zelar pelo cumprimento da Constituição. Dizer que houve tentativa de golpe de Estado no 8 de janeiro é uma imbecilidade sem tamanho. Quando a afirmação sai da boca de uma autoridade judiciária passa a ser uma forma verbal de estupidez, algo asnático, com o perdão do neologismo. É mais crível que essas “otoridades” pensem que somos todos iletrados e obtusos. Poderia sugerir a esses idiotas inúteis uma lista de livros sobre golpe de Estado. Contento-me em indicar TÉCNICAS DE GOLPES DE ESTADO, do pensador italiano Curzio Malaparte.
DEBOCHE
Enquanto o corpo de Cleriston Pereira da Cunha estava sendo sepultado, o chefe da organização criminosa que retornou ao local do crime (créditos para Geraldo Alckmin) condecorava o juiz, cuja omissão resultou na morte do preso. Só mesmo um mau caráter como esse que temos na presidência da República tripudia sobre o cadáver de um brasileiro, debochando da família enlutada consoante o que vimos. Vozes isoladas denunciam e protestam. Instituições antes avalistas da democracia, se ajoelham. Um indicativo de que estão apodrecidas.
ARCÁDIA ALENCARINA
Amanhã, segunda-feira, 27, às 19 horas, haverá mais uma reunião especial dos membros da Arcádia Alencarina, grupo da Academia Cearense de Literatura e Jornalismo, presidida pelo jornalista, escritor e advogado Reginaldo Vasconcelos. A reunião, com pauta diversificada, falas e homenagens, ocorrerá na Escola de Aprendizes Marinheiros, anfitrionada pelo comandante daquela Unidade de Ensino Militar, Capitão de Fragata Daniel Rocha.
À BEIRA DO CAOS
“A população quando não se sente representada pelo Judiciário, reage. E de duas formas negativas para a democracia: ou faz justiça pelas próprias mãos; ou simplesmente arranja outros ‘juízes’ para resolver seus conflitos. Como os coronéis do interior no passado, ou os bicheiros e traficantes das favelas de hoje. Assim, ficamos mais perto do arbítrio, da violência e do caos; e o Judiciário mais isolado. Todos perdem.” (Joaquim Falcão, em O SUPREMO. Edições de Janeiro/FGV Direito Rio, 2ª edição, 2015, pág. 110). A estar correta a visão de Joaquim Falcão, estamos à beira do caos. Um previdente ministro da Justiça já tratou de fazer visita de cortesia aos colegas do morro.
Barros Alves é jornalista e poeta