Artigo – D. Pedro I e o revisionismo histórico fake news

Neste 7 de setembro de 2023 exacerbaram-se as fake news de revisionistas metidos a historiadores, os quais, a rigor, não passam de propagandistas desinformados ou que simplesmente agem de má fé ao tentarem recontar a História do Brasil com base em linhas de análise subordinadas à guerra cultural assentada em métodos gramcianos. Esses mestres da enganação e do ludíbrio que mentem para nossos filhos em sala de aula, deram azo às suas versões fantasiosas. Entre as personagens criminosamente atacadas por essa gente, uma das principais vítimas é D. Pedro I, o libertador do Brasil.

Esses revolucionários de botequim distorcem vergonhosamente alguns  registros dos fatos, criam narrativas falaciosas em torno de outros e assim vão impingindo às novas gerações, a partir de livros didáticos e de  salas de aula que servem de palanques para agentes da revolução cultural marxista travestidos de  professores, uma história que na maior parte constitui ficção adoentada de ideologia marxista. Uma grande  mentira eivada de contradições. Basta lembrar que esse pessoal que adora falar em dialética para fazer a balança pender para seu lado, querem que Pedro I, uma personalidade do século XIX, seja igual em ações como um governante do século atual. E isto quando esses mesmos críticos têm o corpo no século XXI  e a cabeça na Comuna de Paris.

Pedro I foi um liberal para a época. Constitucionalizou o Brasil e Portugal, quando importantes nações europeias ainda viviam sob monarquias absolutistas. Nenhum historiador de vergonha nega esse fato. Se não fora sua audácia, coragem pessoal e destemor para enfrentar as Cortes portuguesas, o Brasil teria retornado à condição de colônia. Sob sua liderança, apesar dos descompassos e conflitos políticos entre as forças que se digladiavam na busca de poder, o Brasil encontrou o caminho da liberdade. Uma das maiores críticas que se faz a D. Pedro é em razão dele ter fechado a Assembleia Constituinte convocada em 1823. Afonso Arinos de Melo Franco, citado pelo comunista Leôncio Basbaum (“História Sincera da República”) afirma que a Constituição que os poderosos Andradas  queriam gestar no Parlamento era mais conservadora do que a promulgada por Pedro I em 1824. A esse propósito vale lembrar o pensamento do jovem imperador do Brasil à respeito da escravidão. Documento que as circunstâncias adversas impediram o Imperador de enviar para a apreciação dos constituintes, foi publicado sob pseudônimo “Filantropo” em jornal da época,  resgatado dos arquivos da Família Real, em Petrópolis, pelo historiador Hélio Vianna, que os deu à lume no livro “D. Pedro I, Jornalista”.

Na carta enviada ao jornal D. Pedro deixa claro ser partidário da substituição do tráfico de escravos pela imigração de trabalhadores livres oriundos de países da Europa. Cito alguns trechos:

“O amor que consagro à minha Pátria, os princípios de uma justa liberdade que tenho, e o quanto me interesso pela prosperidade e grandeza deste Império, me instam a que faça patente ao público as minhas Idéias acerca do comércio da escravatura, que, segundo penso, é uma das causas do atrasamento, em que, por ora, estamos.” E prossegue o príncipe: “Poucas pessoas ignorarão que a escravatura é o cancro que corrói o Brasil; posto isto, é mister extingui-la. Esta extinção, por aqueles que não sabem dançar senão dá banda da papeleira, há de ser mal olhada; mas, por aqueles que tiverem dois dedos de juízo, seguramente não.” Os da “banda da papeleira”, aqueles que advogavam  interesses pessoais, muitas vezes escusos, porque poderosos como os da organização criminosa que hoje retornou ao poder no Brasil, acabaram por vencer politicamente as ideias e ideais de liberdade para os escravos, que o Imperador D. Pedro queria inserir na Constituição já em 1823.

A explanação contra a escravatura que faz o antiescravagista Pedro I é longa. Cito apenas mais este excerto: “Ao primeiro golpe da vista saltam aos olhos os imensos e incalculáveis males que a escravatura nos traz consigo. Estes males são o justo prêmio de um direito por nós arrogado, e não adquirido, porque me não  consta que haja direito algum dos homens se escravizarem uns aos outros.” Este pensamento a respeito da escravidão, por exemplo, expresso por Pedro I numa demonstração inequívoca de sua nobreza de alma, é totalmente olvidado por aqueles que insistem até em descredenciar a grandeza moral e política da Princesa Isabel, neta de  Pedro I, que assinou a Lei Áurea, sacramentando  a liberdade dos escravos.

Ao contrário do que pregam professores mal formados, ideólogos gramcianos e intelectuais orgânicos a serviço de condenáveis interesses antibrasileiros, a figura de D. Pedro I do Brasil, e D. Pedro IV de Portugal, se alteia como um gigantesco ícone a zelar pela nossa grandeza e liberdade, na condição de Defensor Perpétuo da nação brasileira.

Barros Alves é jornalista, poeta e assessor parlamentar

Nicolau Araújo

Nicolau Araújo

Nicolau Araújo é formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido.

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