O Império e a desconstrução de sonhos

O Ceará possui muitas virtudes que orgulham o cearense, desde praias paradisíacas às obras de José de Alencar, Rachel de Queiroz, Rodolfo Teófilo, Capistrano de Abreu e Patativa do Assaré. É do Ceará também a grande contribuição ao Direito Civil, por meio do jurista Clóvis Beviláqua. Qual cearense não se orgulha do talento de Chico Anysio, Renato Aragão, Belchior, Fagner, Fausto Nilo e tantos outros artistas e humoristas? Esses últimos responsáveis pelo nosso título da Terra do Humor. 

Quem não tem uma história para contar sobre o empreendedorismo de Edson Queiroz, Manuel Dias Branco, José Dias de Macêdo, Tomás Pompeu, Capitão Fujita e mais recente Deusmar Queirós, Candido Koren de Lima e José Roberto Nogueira? 

Tudo isso sob as bençãos do Padim Ciço… 

Mas, assim como o Ceará se destaca no talento da sua gente, o Estado também tem feitos que em nada nos orgulha. É o caso do novo cangaço, dos cartãozeiros, das fraudes em vestibulares e da exploração sexual infantil. Todas essas mazelas, infelizmente, de origem no Ceará. Sendo as duas últimas já com realidades bastante diferentes. 

O Estado agora apresenta ao país um novo modelo de “infortúnio” no setor imobiliário, que provoca angústia ao “céu pleno de paz” à composição de Ednardo; resgata a dor “do falso amigo, quando engana a gente”, no poema de Patativa; e, no sentimento da índia Iracema, “parece que o silêncio é tão silencioso, que chega a fazer um barulho doloroso”, diante de uma sociedade acuada pelo poderio econômico do Grupo Studart. 

O império que poderia ser orgulho no Ceará, tem desconstruído sonhos de cearenses, por meio de uma prática até então sem ocorrências em processos judiciais, mascarada de incompetência empresarial, mas que poderia beirar ao enquadramento de estelionato. 

É o caso da Magis Incorporações, que tem à frente o empresário Carlos Alberto Studart Gomes Neto, o Deda ou o “filho do Seu Beto”, que provocou um prejuízo estimado de dezenas de milhões de reais aos compradores de unidades do Moma Condominium, no bairro Cocó, ao surpreendê-los com a hipoteca em seus apartamentos para saldar sua dívida junto ao Banco do Brasil. 

Na prática, cearenses economizaram dinheiro por décadas para involuntariamente “colaborar” com a quitação da dívida do “filho do Seu Beto”. Cearenses se privaram do lazer com suas famílias e de comida de qualidade à mesa para Deda Studart pousar de “bacana” nas redes sociais, além de profissional de sucesso. 

Assim como não dá satisfação aos compradores de unidades do Moma Condominium e avança em outros empreendimentos com outras construtoras, como acontece no Cumbuco, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, Deda Studart também não honrou e sequer procurou durante seis anos a família Macedo, então proprietária do terreno no Cocó, negociado em permuta por unidades como percentual do Valor Geral de Vendas. 

Por certo, Deda Studart aposta na alcunha de “filho do Seu Beto”, ao entender que o Império Studart está acima da lei, completamente alheio à dor daqueles que arcaram involuntariamente para saldar sua dívida bancária. 

No Ceará tem disso sim… 

Fábio Timbó é advogado, integrante do Escritório Fábio Timbó Advogados Associados e procurador e advogado dos permutantes 

Nicolau Araújo

Nicolau Araújo

Nicolau Araújo é formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido.

3 respostas

  1. A falsidade, a hipocrisia e outras qualidades negativas são própria dos Studart. Não faz muito tempo conversando com um investidor de peso (faleceu na pandemia) me disse que o seu Beto tinha um passivo do 500 mi. Avalio que “seu Beto” vai no mesmo trilho do filho Deda Studart.

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