Há algo errado no paraíso / É muito mais que contradição / Sou eu caindo num precipício / Você passando num avião.
A composição do paraibano Herbert Vianna, do grupo “Os Paralamas do Sucesso”, retrata a dramática situação de muitos empresários e profissionais autônomos no Ceará, após o administrador Carlos Alberto Studart Gomes Neto, o Deda ou “o filho do Beto Studart”, entregar o MOMA Condominium, no bairro Cocó, com pendências e irregularidades, dentre as quais a hipoteca de suas unidades, junto ao Banco do Brasil, diante de uma dívida pessoal do jovem Studart.
Tão perversa quanto a atitude de destruir sonhos de quem trabalhou uma vida inteira por uma moradia digna, foi usurpar o próprio terreno do MOMA, que nunca teve uma gota de suor da família Studart, mas igualmente entregue ao Banco do Brasil, como se “o filho do Beto” já planejasse incluir a área mais valorizada de Fortaleza para saldar sua dívida pessoal.
Sim! Há pecado no paraíso. E não se trata somente da cobiça, da ganância, da inveja, da mentira. Há de incluir uma das piores chagas do espírito humano: a falta da empatia. A grege Studart se mostra alheia à dor por ela provocada, quando posa nas redes sociais em recintos de luxo e até em cruzeiro às ilhas gregas. Enquanto viajam e usufruem dos sonhos desfeitos daqueles que confiaram no poderio econômico dos Studarts, quando Deda está sempre a reboque do pai – e o pai assim se faz perceber, como forma de assegurar os investimentos que a avançada idade já não lhe serve de garantia -, pessoas honestas não sabem se foram vítimas da incompetência ou de um crime de estelionato.
Quem tem força jurídica contra o predatismo da grege Studart tem o problema resolvido por quem de fato manda na família. Já os mortais são convencidos a renegociações para investimentos menores ou simplesmente mantidos no limbo. Quando, no auge da maldade, chegam a ser induzidos a uma má sorte.
E aqui, mais uma vez, cabe Herbert Vianna: vai ver aquela confusão, fui eu que fiz, fui eu…
Nicolau Araújo é jornalista
Uma resposta
Infelizmente, não existe justiça para a classe elitizada, ou seja, coralinho Branco.
Trata-se de verdadeira usurpação e, o prejuízo permanece para aquele que é honesto. Isto é uma injustiça vergonhosa.