A Coluna de Barros Alves

BRASIL NO BURACO

Desde há muito ouço dizer que o Brasil está à beira do abismo. Nos dias atuais estou certo de que saímos dessa situação perigosa. Já estamos no buraco e muitos de nós, a maioria, nem se deu conta de que estamos no fundo do poço, em profunda escuridão. É que para enganar os bestas, os que nos empurraram para o tenebroso abismo, deixaram uma velinha acesa. Talvez só se darão conta da desgraça quando o vento do infortúnio apagar a velinha. Aí não há mais o que fazer.

COM MAIAKÓVSKI

Quando vejo os abusos cometidos por membros da Alta Corte Judiciária brasileira sem que paladinos da democracia deem pio, tipo OAB, silente e conivente com o processo de deterioração das liberdades no Brasil, vem-me à mente o poema erroneamente atribuído ao russo Vladimir Maiakóvski e atribuído a mais meia dúzia de poetas, mas que, na verdade, é de autoria de Eduardo Alves da Costa:

“Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheio ao terror…”

Este é apenas um excerto do poema NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI, que pode ser lido nas páginas 49 a 51 do livro homônimo. (Editora Nova Fronteira, 1985).

MAUCARATISMO NAS ARTES

Em todo lugar sempre damos de cara com um picareta, um pilantra, um mau caráter. Nas Artes também encontramos os malazartes, que usam a própria inteligência e a ingenuidade de muitos para ludibriá-los. Pablo Picasso disse isso com todas as letras, expressando-se com uma sinceridade masoquista. Em depoimento autodemolidor ele diz que enriqueceu fazendo um bando de ricaços de idiotas, vendendo-lhes um monte de garatujas como se obra de arte fosse. No Brasil atual, desmilinguido-se sob uma tsunami de mediocridades que se esfalfam com os dinheiros públicos, órgãos de Educação e Cultura, e a própria academia (universidade) financiam a malandragem nas Artes. Assiduamente se vê notícias de picaretas se passando por artistas e tentando impingir à sociedade “instalações” de arte moderna, as quais, a rigor, não passam de excremento. Muitíssimo pior do que o urinol de Duchamp. A continuar assim, em termos de arte o Brasil já se transforma na latrina da América Latina. Com o devido perdão do trocadilho.

LITERATURA E PONTO

Sempre houve modismos. Escolas literárias não deixam de ser modismos a seu tempo. Serve para balizar pensamentos estéticos, estilos de época, etc. Até aí tudo bem. Um bom prato para historiadores e fofoqueiros da Literatura iguais a mim. Porém, essa idiotice do politicamente correto tem exagerado na ideologização à esquerda da produção literária a tal ponto de confundir a obra com a raça, o sexo, a geografia. Isso tem configurado um evidente processo de imbecilização dos estudantes, da juventude. Isso de literatura africana ou afro-descendente, literatura indígena, literatura feminina, literatura LGBTQIAPN+ (Ufa!!!), não passa de esterilidade mental ditada pela propaganda de grupos com interesses que estão para além do fazer literário. As editoras aplaudem. Quanto mais se comprar besteira escrita por qualquer um fantasiado de índio ou assumindo a condição de gay, melhor para a conta bancária. Enfim, para mim só existe um tipo de literatura, a boa e a ruim. Então, no que diz respeito ao meu gosto literário, não adianta colocar o “bruxo” Paulo Coelho ou o índio Ailton Krenak na Academia Brasileira de Letras, porque não compro livros dessa gente. Não aprecio rebotalhos.

Barros Alves é jornalista e poeta

Nicolau Araújo

Nicolau Araújo

Nicolau Araújo é formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido.

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