Qual o sonho de educação de toda família do Interior? Sim! Que seus filhos tenham a oportunidade de estudar na Capital, assim como ocorreu com o hoje médico e prefeito de Fortaleza, Sarto, que no início dos anos 1960 deixou a modesta Acopiara, no Centro-Sul do Ceará, a 352 quilômetros da Capital, para um ensino no Liceu, no bairro Jacarecanga. A mesma chance que o prefeito teve de uma boa escola pública, no entanto, foi negada aos 58 mil estudantes de 304 escolas da rede municipal de ensino, segundo o Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (Spaece), com dados divulgados nesta semana pela Secretaria de Educação do Estado (Seduc), do desempenho de estudantes dos 2º, 5º e 9º anos, avaliados nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática.
Enquanto não resiste à sua primeira Spaece, a Prefeitura de Fortaleza mais uma vez recorre à narrativa, assim como fez na pífia avaliação da gestão e do prefeito Sarto, em recente pesquisa Datafolha, divulgada pelo O POVO.
Indiferente ao pior desempenho de Fortaleza, nas últimas seis avaliações, Sarto comemora o que considera “sucesso” e aponta a educação da Capital como “referência”.
Entre o que o ex-gestor Roberto Cláudio entregou para o que o Spaece revelou esta semana, Fortaleza teve uma queda de 18.8% no desempenho de seus alunos. O percentual, se acrescido à pior avaliação da Capital, na então gestão Luizianne Lins, quando a educação de Fortaleza figurou na última colocação do Estado, Luizianne teria tido uma avaliação satisfatória.
Apesar disso, o secretário adjunto da Educação, Jefferson Maia, aponta que o município “segue avançando com bons resultados”.
Já é um indício para se identificar onde estaria o erro… sem narrativas.