A Coluna do Barros Alves

MELHOR NÍVEL 

A mim me parece correto afirmar que a Legislatura atual da Assembleia Legislativa do Ceará tem um nível bem melhor se compararmos com a passada. Tanto em nível de bancada situacionista como nos quadros de oposição há parlamentares que sustentam o debate com firmeza. Na oposição principalmente se nota essa qualificação, com bons oradores, devidamente preparados para enfrentar o rolo compressor do governo detentor de grande maioria. Temas os mais diversos têm sido objeto de discussão tanto em plenário quanto nas comissões técnicas da Casa. De igual modo, melhorou a qualidade das proposituras apresentadas. Enfim, sob a presidência do deputado Evandro Leitão, houve um substancial avanço da Casa, em todos os sentidos, o que conta também para a área administrativa, a  ensejar melhor relacionamento do Parlamento cearense com a sociedade, o que se faz por intermédio de vários mecanismos comunicacionais e de transparência, tais como TV, rádio, revista, Ouvidoria, assim como serviços outros oferecidos à população.

MEIA VERDADE

O senhor José Vicente, negro, dito reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, escreve em artigo publicado na Revista ISTO É: “Foi com os negros e seus quilombos que o Brasil aprendeu, primeiramente praticou e vivenciou a construção de um espaço democrático de igualdade e consciência do valor inegociável da dignidade da pessoa humana.” Isto é uma meia verdade. E uma meia verdade é uma mentira por inteiro. É certo que os negros africanos, escravizados no Brasil, sofreram o que o diabo enjeitou. Porém, de democráticos nada tinham, a partir de suas próprias origens. Eram os negros vencedores em guerras tribais que vendiam seus irmãos de cor aos traficantes de escravos que os revendiam para o Brasil e outros países. O que menos havia em quilombos era democracia, pois os costumes regime de governo adotados eram os mesmos de suas tribos originárias.

MAU EXEMPLO 

O famoso Quilombo dos Palmares, um verdadeiro estado negro, não é um bom exemplo para democratas. Zumbi governou-o de 1678 a 1695. Fê-lo com mão de ferro, usando métodos de fazer inveja a qualquer ditador sanguinário. Talvez por isso os comunistas tanto o apreciem e endeusem. Ganga Zumba, o fundador do quilombo, o fez Comandante de Armas. Já velho e literalmente cansado de guerra e esperançoso por um tratado de paz duradouro, negociou um acordo com o governador de Pernambuco. Zumbi não aprovou o tratado. Ganga Zumba foi envenenado e muitos historiadores afirmam que a morte do velho líder não foi artes do demônio, mas uma ação criminosa de Zumbi, que aos 25 anos assumiu o comando do Quilombo de Palmares. Ele próprio tinha escravos e ao conceder audiência exigia que o interlocutor se ajoelhasse diante dele em sinal de respeito.

MESTIÇAGEM 

A rigor, no Brasil não existe negritude. Existe mestiçagem. Sobre isso vale a leitura de Gilberto Freyre e Darcy Ribeiro. Somos uma civilização mestiça nos trópicos, o resultado do cruzamento do branco com o negro e o elemento indígena. A tentativa de segmentar raças e etnias, com o falacioso discurso da obrigatoriedade de indenização de explorados, chega a ser criminosa. Sociólogos de araque importaram o discurso antirracista dos EUA e nos impingem uma porção de teorias como se a formação do povo brasileiro fosse igual a dos norte-americanos. Desconhecem que “Mestiço é que é bom”, conforme o vem escolhido título de livro contendo longo depoimento do comunista Darcy Ribeiro.

EM TEMPO

O senhor José  Vicente que se autointitula pomposamente de reitor da tal Faculdade Zumbi dos Palmares, escreve com elevado grau de erudição: “Para aquelas coisas que nem FLOYD explica…” Grifo meu. Certamente Freud não conseguiria explicar a escritura do articulista e menos ainda porque a revista não tem revisor.

MORAES CERTO

O Moraes a que me refiro é o compositor e cantor Moraes Moreira, não aquele imprestável que o caro leitor pensou de imediato. O poeta pernambucano, autor de  letras e músicas de sucesso, escreveu “Meninas do Brasil”, bela música, belo tema. Vale como lição. Transcrevo um excerto:

“Deus me faça brasileiro, criador e criatura

Um documento da raça pela graça da mistura

Do meu corpo em movimento, as três graças do Brasil

Têm a cor da formosura”

Barros Alves é jornalista e poeta

Nicolau Araújo

Nicolau Araújo

Nicolau Araújo é formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido.

Uma resposta

  1. O médico e poeta Sávio Pinheiro em boa hora me chama a atenção para o fato de que Moraes Moreira não nasceu em Pernambuco, mas em Ituaçu, na Bahia. Por ter valorizado demais o freio, muitos pensam ser ele pernambucano. Dr. Sávio priva da amizade de um irmão de Moraes Moreira, o também poeta Zé Walter Pires. Pires explicou a naturalidade dele e do irmão:

    “Ituaçu de nascença
    Brumado por adoção
    A primeira é adorada
    Segunda de estimação
    Pelas duas se somadas
    Toda a minha gratidão.”

    -E Moraes, seu irmão, morou em Brumado?
    -Não. Ituaçu/Caculé/Salvador/São Paulo/Rio de Janeiro/na Eternidade.

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