O ex-ministro Ciro Gomes expôs sem cerimônia alguma o seu descontentamento com o irmão e senador Cid Gomes, numa reunião do diretório nacional do Partido Democrático Trabalhista (PDT), no último final de semana do mês de outubro. Ciro usou o mesmo expediente de ataque a Cid, no pleito eleitoral de 2008, para a Prefeitura de Fortaleza. É de praxe ou expediente comum na família Ferreira Gomes o duelo verbal paroquial quando há conflito de interesses entre os membros internos.
A Consultoria LCFB defende a tese de que o ciclo de conflito de interesses dentro do grupo político cirista-cidista nos seus subgrupos (cirista e cidista) é cíclica, porém, nesse momento há um número maior de atores políticos do que a crise interna no clã durante o ano de 2008, em função do pleito eleitoral de Fortaleza, quando o governador à época, Cid Gomes, não deu apoio a ex-mulher do ex-ministro Ciro Gomes, a senadora Patrícia Saboya, para o cargo de chefe do executivo da capital cearense. As correntes cirista-cidistas se unificaram de novo nos seguintes pleitos eleitorais: 2010 (Estadual), 2012 (Fortaleza), 2014 (Estadual), 2016 (Fortaleza), 2018 (Estadual) e 2020 (Fortaleza).
O senador Eduardo Girão (Novo) fez um discurso coerente na tribuna do Senado, pois pediu ao Ministério Público do Ceará para investigar as acusações verbais do ex-ministro Ciro Gomes, em relação ao período administrativo do ex-governador e atual ministro da Educação, o agrônomo Camilo Santana (PT), no evento de posse da nova executiva do diretório estadual do PSDB. Girão interrompe o que seria somente outro conflito de interesses entre os irmãos Gomes, com isso transforma uma discussão paroquial feita através da imprensa local e das redes sociais, para torná-la uma discussão jurídica-administrativa, com a participação da sociedade civil, provavelmente através do Ministério Público do Ceará.
Luiz Cláudio Ferreira Barbosa é sociólogo diretor-executivo da Consultoria LCFB