“Detalhes tão pequenos de nós dois”… O ícone que faltava para consolidar a semelhança entre as gestões Sarto e Luizianne Lins foi anunciado nesta terça-feira (24) pela Prefeitura de Fortaleza: o Rei Roberto Carlos.

Sim, o cantor que marcou o aniversário de Fortaleza, em ano eleitoral à reeleição da então prefeita, estará de volta em festa popular, 15 anos depois, para tentar “Outra Vez” emplacar “O Homem” em uma “Cavalgada” “Além do Horizonte”.

“Falando Sério”… está mais para “Despedida”.

“O Sósia” de Luizianne Lins, quando certamente a Lôra diria: “Que papo furado! Um cara com a minha cara, mora? Não!”, anunciou Roberto Carlos na festa de Réveillon de Fortaleza, que terá ainda as atrações Ney Matogrosso, Luísa Sonza, Taty Girl, Titãs, dentre outros.

As semelhanças entre as gestões Luizianne Lins e Sarto vão além das maiores rejeições que Fortaleza já conferiu, quando o atual prefeito conseguiu superar os índices de “ruim” e “péssimo” de Luizianne, após ele mesmo em campanha apontar a Lôra como “a pior prefeita do Brasil”.

Igual à gestão Luizianne Lins, Sarto é descuidado com a mobilidade urbana e com o transporte público. Nesse último, seguindo a cartilha da ex-gestora, tenta iludir a população com “passagem gratuita” a estudantes, quando o preço é pago pelos pais dos alunos, diante do maior percentual de reajuste do país. Na época de Luizianne, a passagem era “congelada”, mas os aumentos vinham embutidos em isenções aos empresários, em taxas e combustível. Dinheiro que a Prefeitura deixava de arrecadar para investimentos em outros setores.

A cartilha também traz um capítulo à Saúde. O abandono no atendimento primário na gestão Luizianne Lins foi disfarçado pelo Hospital da Mulher, que de fato nunca funcionou. O mesmo abandono também ocorre na gestão Sarto, quando mulheres com menos de 50 anos não conseguem exame de mamografia, em pleno Outubro Rosa. Sarto acredita poder recuperar o desgaste com a reinauguração do Gonzaguinha de Messsejana, em ano eleitoral. Mas o médico-prefeito não leu direito a cartilha da professora e atual deputada federal Luizianne Lins: não se comemora a devolução daquilo que se foi tirado da população, na mesma administração.

Outra leitura equivocada de Sarto está na educação. Luizianne atingiu o pior patamar no Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (Spaece), mas teve direito a uma “recuperação” por meio da merenda escolar, fardamento e mochilinhas. Sarto jogou fora o trabalho do antecessor Roberto Cláudio, ao não conseguir nenhuma escola nota 10, também no sistema de avaliação do Governo do Estado. Igual a Luizianne, Sarto culpa o momento de oposição entre as duas esferas administrativas.

A cartilha de Luizianne trouxe um vitorioso projeto de reeleição. Já a reedição de Sarto não apresenta o carisma do gestor, não menciona a atenção aos vereadores, lideranças políticas e partidárias, não traz uma competente comunicação. Falar de Luizianne é também lembrar do Vila do Mar, do apoio cultural às diferentes tribos na periferia da cidade, dos abraços e afetos ao povo simples. Falar de Sarto é apontar a Taxa do Lixo, inclusive contra a população mais pobre. É expor mulheres grávidas de Messejana a viagens de ônibus sem climatização e tarifa cara por até 25 quilômetros. É submeter crianças a brinquedos quebrados e com risco de acidentes em muitas escolas do ensino infantil e fundamental. É o abandono da periferia. É a cultura sendo tratada igual ao Corredor Cultural da Praça Coração de Jesus, no Centro, que nunca teve um único evento, após um ano de inauguração.

“Piedade daqueles que pensam que a felicidade é a riqueza, o poder”…