Artigo – Dino é tão criminoso quanto Anderson Torres

Há vários exemplos de parcialidade no relatório da CPMI, mas o contraste de atuação em relação ao ministro Flávio Dino e ao ex-ministro Anderson Torres talvez seja o mais gritante.

A injustiça contra Torres começou com sua prisão por suposta omissão e conivência com os atos de 8 de janeiro. Então secretário da Segurança do DF, tinha a obrigação de reprimi-los. Acontece que Anderson estava gozando férias bem distante dali: em Miami (EUA).

Enquanto isso, Dino estava na ativa e no teatro das operações. Segundo ele próprio, observava as manifestações desde as instalações do ministério. O que fazia no local de trabalho em pleno domingo, um piquenique?

Mesmo tendo a seu dispor a Força Nacional, escusou-se de usá-la, com a pífia argumentação de que precisaria da anuência do governo do DF. Para não ferir o princípio federativo. Se houvesse mesmo a gravidade que alegam, se fossem terroristas armados, se investissem contra o local em que ele estava, o ministro da Segurança se quedaria inerte e ainda apresentaria o ar blasé, como se sua autoridade não tivesse responsabilidade?

Além da omissão, Dino pode ser acusado do crime de obstrução de justiça, um dos listados como passível de prisão preventiva. Negou à CPI as imagens sobre o evento. Postergou até não mais poder. Inventou que precisava de autorização do STF. Quando autorizado, disse que as imagens tinham sido deletadas só restaram as de duas câmeras.

Apesar de todo esse rol de irregularidades, Dino nem sequer foi ouvido na comissão. Com uma testa de ferro como relatora, escolhida adrede, foi blindado e sentiu à vontade para debochar e tripudiar da CPI. Tinha a garantia de que nada o alcançaria.

Uma das desculpas para sua inatividade era o pouco tempo, apenas uma semana no cargo. O mesmíssimo tempo em que Anderson Torres estava à frente da Secretaria da Segurança do GDF. Torres perdeu o cargo, foi preso por 90 dias, responde a inquérito, está com tornozeleira e foi indiciado pela CPI.

Tanta disparidade demonstra a injustiça, sua parcialidade, seja na CPI, seja nos inquéritos do STF.

Assista ao comentário, um recorte do Café com Cléver, programa veiculado nas rádios:
Paraíso FM (Sobral)
Pioneira AM (Forquilha)
FM Cultura (Aracatiaçu)
Brisa FM (Tianguá)
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Luciano Cléver

Luciano Cléver

Jornalista formado pela UFC, em 1988, coordenou o núcleo de comunicação da Caixa por 18 anos, trabalhou como repórter na Gazeta Mercantil, no Diário do Nordeste como secretário de redação, editor do jornal Expresso do Norte (Sobral), foi editor do portal do Sistema Paraíso. Está à frente do programa de rádio Café com Cléver, veiculado na rádio Paraíso FM (Sobral). E nas redes sociais (Youtube.com/@cafecomclever). É comentarista na TV União. Cristão, apaixonado por cinema, vinho e xadrez.

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