A Coluna do Barros Alves – Aposta ou Acordo?

O ingresso do deputado Evandro Leitão, notório pré-candidato à prefeitura de Fortaleza, no PT, foi uma aposta na sorte ou resultado de um acordo? Se a primeira opção for a correta, a possibilidade dele perder não está descartada. O PT tem mais quatro  nomes na disputa: Artur Bruno, secretário do governo Elmano; Guilherme Sampaio, deputado estadual e presidente do diretório municipal do partido; a deputada estadual Larissa Gaspar, e a ex-prefeita e atual deputada federal Luizianne Lins, a mais forte concorrente na disputa interna para a escolha do candidato petista que disputará as eleições em Fortaleza no próximo ano. Se, por outro lado, foi articulado um amplo acordo pró-Leitão, tudo o que estamos vendo e ainda vamos ver até o pleito, é puro teatro. Conversa pra boi dormir.

Evandro Leitão é presidente da Alece

VINÍCIUS ESQUECIDO

Um dos mais belos poemas de Vinicius de Moraes, que adotou a esquerda depois de haver sido censor no Estado Novo, hoje não cabe na estética social da imbecilidade politicamente correta. A começar pelo título: “Receita de Mulher”, que nos remete, de logo, para algo que se come. O primeiro verso desagrada totalmente as esquerdistas de pernas cabeludas, normalmente masculinizadas e que não apreciam higiene axilar. “As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental.” Aprecio esse Vinícius cantante, em sua opção pela beleza que não cabe, repito, na estética da esquerdalha dos dias atuais, paladina do feio, do sujo, do horroroso, do nojento: “Não há meio termo possível./ É preciso que tudo isso seja belo./ É preciso que, súbito tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada,/ e que e que um rosto adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.” As mulheres de esquerda desses tempos aziagos estão mais para corvos. Talvez o esquecimento a que relegaram  Vinícius de Moraes nesses últimos tempos,  seja uma forma de cancelar o mulherengo poetinha. As mulheres “intelectualizadas” de hoje perderam aquela feminilidade que emana da poesia de Vinícius.

SERENÍSSIMA REPÚBLICA

Quando vejo certas personalidades, sobretudo advogados, a defenderem a organização criminosa que retornou ao local do crime, logo me vem à mente o gênio de Machado de Assis: “A mesma formiga tão gabada pelas qualidades boas, dá no nosso açúcar e nas nossas plantações, e funda a sua propriedade roubando a alheia” (In A SERENÍSSIMA REPÚBLICA). Este conto de Machado cai como uma luva na questão da fraude eleitoral, ontem como hoje presente na vida política brasileira. O autor de “Dom Casmurro” vivenciou as querelas político-partidárias sob o Império, na segunda metade do século passado, escrevendo diariamente para os jornais da então capital federal, o Rio de Janeiro. Presenciou todos os vícios, conchavos e oportunismos sob as barbas do Imperador Pedro II, que em maior grau se transferiram para o nosso arremedo de República. Em especial essa República do Lulanja.

A PROFECIA E O PAPA

Nos anos 1980 quase toda manhã eu ia à Academia Cearense de Letras. Para mim era algo enriquecedor a convivência com luminares da nossa literatura. Assiduamente lá estavam, entre outros,  o poeta Antônio Girão Barroso, o jornalista Luís Sucupira, já velhinho; o Professor Albano Amora e o meu guru Mozart Soriano Aderaldo, que foi figura por demais importante para abrir meus olhos em relação à desgraça que é o pensamento esquerdista. Certa feita, o professor Mozart, pensador católico, chega à sede da Academia, quando ainda era no majestoso edifício da Rua São Paulo, que foi sede da Assembleia Legislativa do Ceará e atualmente abriga o abandonado Museu do Ceará, sobraçando uma “História dos Jesuítas.” Indaguei-lhe sobre o livro. Ele discorreu sobre a obra e teceu críticas sobre a poderosa Ordem católica e o líder deles, apelidado “Papa Negro”. Um poder paralelo na Igreja. O professor Mozart me assustou quando afirmou em tom profético: “Graças a Deus que nenhum Jesuíta chegou à cátedra de Pedro. No dia em que um jesuíta se sentar no trono papal, será o começo do fim da Igreja.” Eu jamais imaginei que veria o acentuado processo cismático na Igreja Católica causado  exatamente pela falta de bom senso e pelos  desvios doutrinários de um jesuíta que se fez Papa.

Barros Alves é jornalista e poeta

Nicolau Araújo

Nicolau Araújo

Nicolau Araújo é formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido.

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