O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Ayres Brito, em entrevista concedida ontem, à CNN, criticou a politização da Corte onde se assentou. Ele o fez de maneira diplomática, macia. É o estilo dele. Mas, o fato se torna relevante quando se sabe que Ayres Brito foi um dos fundadores do PT, quando era professor e advogado, em Sergipe. Militou nas hostes petistas durante 18 anos, só arredando pé quando Lula o nomeou para ocupar cadeira no STF, em 2003. Doutor em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Ayres Brito é também poeta e tem cinco livros de poesia publicados afora as obras jurídicas. A crítica que ele fez aos destemperos do STF é sinal de que a Corte está exagerando em meter o bedelho onde não lhe cabe fazê-lo.
FALTA COMPOSTURA
Esse convívio pegajoso entre ministros do Supremo Tribunal Federal e membros do governo, em especial o presidente ex-presidiário constitui uma situação de plena promiscuidade institucional, uma imoralidade na qual, paradoxalmente, os maiores culpados não são os protagonistas dessa esculhambação, mas o Senado Federal, a quem compete adotar providências para que os poderes sejam independentes e mantenham suas competências cada qual no seu quadrado. Ministros de uma Corte Suprema deveriam respeitar os limites constitucionais e evitar esses encontros descabidos em jantares e manifestações onde notoriamente o conteúdo é político. À mulher de César não basta ser honesta; ela tem que parecer honesta, diz o ditado que ministros do governo e de Cortes superiores parecem desconhecer. Ou perderam de todo a compostura.
GIRÃO REAGE
Depois do governador Elmano de Freitas descer da condição de magistrado e fazer proselitismo político em palanque do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra – MST, o senador Eduardo Girão decidiu buscar amparo na lei para coibir esse tipo de abuso. Protocolou representação junto à Procuradoria-Geral da República contra o ato do governador. A fala de Elmano configura claramente um abuso de poder político e mesmo crime de responsabilidade. Ele incitou a que os militantes desse movimento marginal, que já têm notória tendência para a prática de violência, ajam agressivamente contra os adversários de suas idéias. Ora, se o MST por si já é um caso de polícia, pois vive a invadir propriedades privadas e ferir direitos assegurados pela Constituição, imagine recebendo o aval do governador!!! Ex-advogado do Movimento, Elmano sugeriu que os militantes sejam “multiplicadores da ideologia política do governo atual e a atuarem contra opiniões contrárias.” Elmano deixou claro que quer ver o circo pegar fogo. Eduardo Girão deveria ser seguido por mais membros da oposição, nesse desiderato de colocar um freio no governador. Antes que seja tarde.
TRISTE CONSTATAÇÃO
Ver um pobre coitado analfabeto, ignorante em termos de conhecimentos, ser simpatizante da esquerda ou mesmo se tornar militante entusiasmado de candidatos esquerdistas, não causa espécie. Vive das migalhas que governos socialistas oferecem a eles como a cães. O que causa surpresa é ver professores universitários, intelectuais, a academia se acharem confortáveis nessa condição de cães sardentos. É assim que se comportam moralmente ao fazerem a defesa de forma veemente da organização criminosa que retornou ao local do crime. Mas, a verdade é que em termos de condições de vida, esses que arrotam a palavra democracia a cada instante e cavalgam insistentemente o discurso de defesa dos trabalhadores e dos pobres, normalmente vivem nababescamente às custas dos dinheiros públicos. Não suportam a disputa pela sobrevivência. Preferem o parasitismo mantido por um Estado que, este sim, explora os trabalhadores. Isto significa dizer que não passam de hipócritas, cúmplices dos crimes que se comete contra o povo, que para eles não passa de massa falida, de massa de manobra para a sustentabilidade deles no poder.
MENTALIDADE ANTICAPITALISTA
Estou por agora a sugerir a leitura do livro A MENTALIDADE ANTICAPITALISTA, de autoria do economista austríaco Ludwig von Mises. Trata-se de um ensaio em que ele de forma simples e didática faz a análise crítica dessa opção de intelectuais e artistas, os quais na maioria defende ideais socialistas. Ele lembra que esses “atores populares e dramaturgos recebem somas compostas de no mínimo seis algarismos. Vivem em verdadeiros palácios com mordomos e piscinas. É evidente que não passam fome. Mesmo assim Hollywood e Broadway, os famosos centros da indústria do espetáculo, são focos de comunismo. Autores e atores podem ser identificados entre os mais fanáticos defensores do regime socialista.” Ele fala do cenário norte-americano em 1956. Tudo continua como dantes no quartel de Abrantes. Em termos de Brasil, se colocarmos no texto a Globo e similares dá no mesmo. Ali atuam um bando de parasitas dos dinheiros públicos que usa um instrumento próprio do capitalismo para disseminar as ideias socialistas. O livro de von Mises continua atual.
Barros Alves é jornalista e poeta