A sessão ordinária da Assembleia Legislativa hoje teve ânimos exaltados e alguns deputados só não foram às vias de fato porque entrou vem cena a turma do deixa-disso. Tudo começou quando o deputado Apóstolo Luís Henrique acusou os colegas evangélicos de serem hipócritas. O deputado Alcides Fernandes, pai do federal André Fernandes, também pastor, tomou as dores e recriminou com veemência o Luís Henrique. Insinuou que o Apóstolo estava mais para Judas do que para Pedro ou Paulo. Na tréplica, o pastor irado (não confundir com pastor amado) revidou com virulência e ampliou a crítica para toda a oposição que, segundo ele, não se comporta com isenção. Aí o Plenário quase virou um inferno. Os deputados Sargento Reginauro e Felipe Mota esquentaram o caldo. O Apóstolo inchou, mas baixou a bola.
APÓSTATA
Há tempos a oposição desconfia que o deputado Apóstolo Luís Henrique está em rota de colisão com as posturas oposicionistas e de flerte com a bancada governista. Ele aceitou cargo na Mesa Diretora da Casa. Apesar dos membros da Mesa serem regimentalmente escolhidos com vistas ao equilíbrio das bancadas partidárias, na presente, dado a imensa maioria parlamentar do governo, a oposição se negou a chancelar um cargo na Mesa. O Apóstolo apostatou desse caminho e aceitou um cargo na Mesa. Foi como se sentar na roda dos escarnecedores. E para piorar, algumas vezes foi à tribuna da Casa para criticar a venalidade de pastores e de cristãos hipócritas. Não citou nomes, mas quem conhece o ambiente político sabe de quem fala o Apóstolo. Sem falar nas vezes em que tem elogiado o governo esquerdista que age contra princípios cristãos e criticado o governo Bolsonaro.
MAU EXEMPLO
A confusão provocada pelo deputado Apóstolo Luís Henrique é um mau exemplo que não se coaduna com a pregação cristã. E, do ponto de vista político, em nada contribui para a imagem dos evangélicos na política. A esquerda que todo dia recebe duras críticas dos evangélicos já está com dedo em riste e gritando em alto e bom som que os parlamentares pastores estão mais para Caim e Abel, do que para preceito cristão do “amai-vos uns aos outros.” Por outro lado, toda essa celeuma já prenuncia o campo de batalha em que vai se transformar o Plenário Treze de Maio da Assembleia Legislativa do Ceará no próximo ano, quando haverá eleições municipais e todas as rusgas existentes em vários segmentos da sociedade, refletem-se no debate parlamentar.
OLHA O CIRO AÍ
A Câmara Municipal de Fortaleza aprovou inesperadamente dois títulos de cidadania honorária no dia de ontem. Um concede a honraria ao deputado federal bolsonarista André Fernandes, candidato à prefeitura de Fortaleza, que nasceu numa cidade do interior cearense; com o outro título será agraciado ninguém menos do que o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. A aprovação desses dois títulos de cidadania configura clara derrota política do governo do Estado e um recado do ex-governador Ciro Gomes, de quem o prefeito José Sarto é aliado. Ao ver seu ex-pupilo deputado Evandro Leitão, caindo nos braço do PT, Ciro imediatamente deu o troco. Os projetos que concedem os títulos são de autoria dos vereadores Julierme Sena, para Bolsonaro; e Inspetor Alberto, para André Fernandes.
BAILE DO MARINHEIRO
Amanhã, 14/12, no Ideal Clube de Fortaleza, a partir das 21 horas, o Capitão de Mar-e-Guerra Anderson Pessoa Valença comandante da Capitania dos Portos do Ceará; o Capitão de Fragata Daniel Rocha, comandante da Escola de Aprendizes Marinheiros do Ceará; e o Dr. Jamiro Dias de Oliveira Júnior, presidente da Sociedade dos Amigos da Marinha-SOAMAR-CE, recebem convidados para o tradicional Baile do Marinheiro. O evento festivo comemora anualmente o Dia do Marinheiro, cuja data é oficialmente marcada no calendário no dia de hoje, 13 de dezembro.
Barros Alves é jornalista e poeta