Como disse Gilmar Mendes, “chega a ser curioso, quiçá irônico” o ato de Lula ao condecorar com a maior comenda do Governo brasileiro – a Ordem do Rio Branco – o presidente do TSE e ministro do STF Alexandre de Moraes, o verdugo que tem proferido draconianas sentenças contra adversários do presidente da República. Foi uma festa para amigos, de cunho estritamente pessoal.
Criada em 1963, a Ordem de Rio Branco tem o “objetivo de, ao distinguir serviços meritórios e virtudes cívicas, estimular a prática de ações e feitos dignos de honrosa menção”. Podemos dizer que a esposa do presidente, Janja da Silva, se enquadra? O curioso, quiçá irônico, é que apenas dois personagens do STF, o mais novo, indicado por Lula, seu ex-advogado Cristiano Zanin, e Alexandre de Moraes.
Como não houve tempo hábil para Zanin se habilitar a tal comenda no exercício de ministro, certamente terá sido por suas habilidades advocatícia que propiciaram a Lula voltar ao poder, ou à cena do crime, na expressão do vice-presidente Geraldo Alkmin.
Como não houve eleição neste ano que destacasse seu trabalho no TSE, Moraes deve ter sido reconhecido por sua atuação à frente das eleições do ano passado, que garantiu a vitória de Lula, que só ocorreu por causa da decisão do STF, segundo reconheceu Gilmar Mendes. O mérito do TSE neste ano foi a decretação da inelegibilidade de Bolsonaro. Acho que, no entender dele, só isso já mereceria a condecoração, mas deve ter sido pelo conjunto da obra.
Além da Janja, de seu advogado, do TSE, de membros do seu ministério, índio e cantoras falecidas, Lula condecorou com o mais alto grau da Ordem do Rio Branco o senhor Ibrahim Mohamed Alzeben, embaixador da Palestina no Brasil. Qual o mérito excepcional ou relevante serviço prestado ao Brasil por esse cidadão? Mesmo se o tivesse, não seria o momento de reconhecê-lo, tendo em vista a guerra que o país dele provocou contra Israel. Soa uma provocação do governo brasileiro, postando-se ao lado de governo terrorista contra o único estado democrático daquela região.
Por ter começado o texto com uma citação de Gilmar Mendes, vamos terminá-la com uma paráfrase ao que disse na fala final se referindo aos congressistas que aprovaram uma PEC que limita as arbitrariedades do STF. Aqui, a frase será usada para o governo que se jacta de trazer o Brasil ao cenário internacional como grande ator. Os autores dessa empreitada começaram-na como estadistas presuntivos e a terminaram como pigmeus diplomáticos.
Assista ao comentário, um recorte do Café com Cléver, programa veiculado nas rádios:
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