A Coluna do Barros Alves

RETRATAÇÃO

Vereador Carlos Mesquita, da Câmara Municipal de Fortaleza, foi à tribuna da Casa e agrediu verbalmente os deputados chamando-os de babacas e lagosteiros e, muito mais açodadamente, a deputada Larissa Gaspar. A parlamentar deu o troco na Assembleia Legislativa e recebeu apoio unânime dos pares. O deputado Guilherme Sampaio foi além. Apresentou Moção de Repúdio contra Mesquita, o linguarudo, considerando a fala do vereador como uma grave ofensa ao Poder Legislativo estadual e um ataque misógino à deputada Larissa. Em debate a propositura de Sampaio, apareceu a turma apaziguadora. Mesquita, macaco velho, ao saber da reação da Assembleia, correu à tribuna da Câmara e se retratou. Nos limites da compreensão e do bom-senso, o requerente atendeu aos apelos dos colegas e à mediação do presidente Evandro Leitão, transformado o repúdio em pedido de retratação, o qual, aliás, já fora atendido. Carlos Mesquita deve ler a Carta de São Tiago, inserta no Novo Testamento: “A língua também é um fogo; como um mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros e contamina todo o corpo; e inflama o curso da natureza e é inflamada pelo inferno.” Por que não te calas, Mesquita! Vais acabar como Ciro Gomes, todo enrolado por causa da língua de trapo.

OAB APARELHADA

Um amigo advogado de longa atuação no meio forense me indaga sobre o porquê da Ordem dos Advogados do Brasil não ingressar com um pedido de habeas corpus a favor dos presos políticos sob o mando arbitrário do ministro Alexandre de Moraes. A meu entender, respondi-lhe, a OAB se transformou em uma instituição aparelhada pela esquerda brasileira, a exemplo do que ocorreu com União Nacional dos Estudantes-UNE, com a entral Única dos Trabalhadores-CUT, ONGs e entidades similares. Mas, o fato não me causa espécie. A OAB, surgida do embrião Instituto dos Advogados Brasileiros, pensado em 1843 por luminares do Direito brasileiro, mas que hibernou até à Revolução de 30. Sob um governo de exceção foram instalados institutos em vários Estados brasileiros. No Ceará em julho de 1931, embrião da OAB instalada em 1933, sob Vargas ainda não ditador declarado, mas governando “provisoriamente” desde 1930. No Ceará, o orador oficial na solenidade de posse da primeira diretoria do IAC, foi o advogado Gomes de Matos, aquele que deixou frase famosa: “O povo é massa falida.”

COMEÇO AUTORITÁRIO

A portentosa reunião de instalação do Instituto dos Advogados do Ceará-IAC, foi presidida pelo Major João da silva Leal, substituto do Interventor Fernandes Távora, àquela altura discretamente defenestrado do comando do Ceará, sob acusações nunca bem explicadas. Como era irmão do todo-poderoso então Major Juarez Távora, depois considerado vice-rei do Nordeste, inventaram uma conversa mole para justificar a permanência de Fernandes Távora no Rio de Janeiro. O advogado Eduardo Henrique Girão foi eleito o primeiro presidente. Tudo dentro do agrado das lideranças que gestavam a ditadura estadonovista, instalada em 1937, sob o manto constitucional da Polaca, apelido da 4ª constituição brasileira. Quando vejo alguns advogados arrotando um decorado discurso sobre democracia, enquanto estão silentes diante dos abusos cometidos pela Suprema Corte brasileira, tanto individual quanto como entidade, só me vem à mente os começos autoritários da OAB. O governo Vargas estimulou a criação de institutos de advogados e seccionais da OAB, com o intuito de aparelhá-los ao modo fascista, como de fato o fez. Foi com o beneplácito dos advogados que Vargas se estabeleceu como ditador sob o pálio da Polaca. Lembre-se que fascismo defende um governo de corporações, de sindicatos, de entidades congêneres, de partidos amestrados. Com o fascismo de esquerda a desgraça é bem maior. É todo o mundo ajoelhado. E como diz o axioma popular, ajoelhou tem que rezar.

LIBERDADE ABANDONADA

Igualmente a uma multidão de brasileiros, o professor Paulo Elpídio de Menezes Neto, respeitável intelectual cearense, ex-reitor da Universidade Federal do Ceará e ex-Secretário do MEC, com larga folha de serviços prestados à Educação no Brasil, está incomodado com tanta mediocridade, mesmo pusilanimidade, entre aqueles que deveriam estar clamando por liberdade. Segundo o mestre, “ouvir um professor de direito constitucional, na tevê, chamar de oportunismo político a indignação pela morte de um preso da Papuda inquinado de terrorista, sem culpa passada em julgado, é um insulto que ofende a consciência do povo brasileiro.” E ofende em profundidade os sentimentos da família enlutada. Na verdade, o que ocorre no Brasil do lulocomunopetismo é uma total falta de compromisso das autoridades que comandam a República com os mínimos valores democráticos. Principalmente magistrados. Vale ainda a palavra abalizada do professor Paulo Elpídio: “Sentados em cima da liberdade de um milhar de pessoas, juízes e promotores, juristas e os fiadores dos direitos humanos esperaram com suas leis e regramentos burocráticos que morresse algum dos imputados terroristas para livrar brasileiros sem culpa formada dos cárceres da Papuda.” Só depois da morte de um, Moraes liberou sete. Mas, com esdrúxulas exigências que é a mesma coisa de ficar preso.

TAUÁ NA BERLINDA

Não poucos têm sido os deputados que estão a fazer da tribuna da Assembleia Legislativa cenário para disputas paroquiais. Isto não é novo na Casa. Portanto, nenhuma surpresa quando o deputado Audic Mota foi à tribuna da Assembleia Legislativa fazer duras críticas e denúncias contra a prefeitura de Tauá. Ele fez denúncias de abusos que teriam sido cometidos com recursos públicos no FESTBERRO, um festival cultural que visa implementar o turismo e a economia do município de Tauá, um dos mais importantes produtores de gado caprino no Nordeste brasileiro. Não adentro no mérito da crítica do parlamentar, cuja carreira nasceu sob o pálio da liderança do ex-deputado Domingos Filho. Ambos são políticos respeitáveis com interesses eleitorais na região dos Inhamuns. Domingos Filho, já caminheiro de longa estrada, é conhecido pela correção com que exerceu a presidência da Assembleia Legislativa do Ceará e do extinto Tribunal de Contas dos Municípios. A jovem deputada Gabriela Aguiar, filha do casal Domingos e Patrícia, também se manifestou sobre as acusações formuladas por Audic e, com explicações substanciosas, o desacreditou. Deputado Simão Pedro acoimou o colega de “estar com inveja” do sucesso alcançado pela gestão de Patrícia Aguiar. Ademais, não se pode negar a limpidez moral da trajetória política e administrativa da prefeita que governa Tauá pela quarta vez com proficiência e inegável espírito público. A administração Patrícia Aguiar foi escolhida como top de linha entre as 184 prefeituras cearenses, tendo sido agraciada com o “Prêmio Band de Empreendedorismo”, entre outros. O deputado Audic voltou hoje à tribuna e reafirmou o que havia dito antes.

HOMENAGEM A SÃO GONÇALO

A Assembleia Legislativa do Ceará – ALECE realiza daqui a pouco, às  17 horas, sessão solene para comemorar os 155 anos da criação do Município de São Gonçalo do Amarante. A sessão solene foi solicitada pelo deputado Cláudio Pinho, que exerceu dois mandatos como prefeito daquele município.com efeito,  São Gonçalo do Amarante é  importante pól turístico e industrial do Ceará. Sem esquecer que o deputado Cláudio Pinho teve um papel relevante no desenvolvimento de São Gonçalo nos últimos anos, sobretudo na consecução de recursos para implementar empreendimentos que possam proporcionar emprego e renda para a população,  melhorando os índices de desenvolvimento humano.

Barros Alves é jornalista e poeta

Nicolau Araújo

Nicolau Araújo

Nicolau Araújo é formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido.

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