Artigo – Fala de Lula faz aumentar os juros

No dia de seu aniversário, Lula deu um presente de grego para os brasileiros. Sua fala sobre a meta de déficit zero, que não será conquistada, foi uma paulada na cabeça de um de seus principais ministros e uma clara sinalização de que a aeronave dos juros, que estava se preparando para aterrissagem, vai arremeter e ganhar os ares. A tendência é subir, subir, voar, voar.

Enquanto Lula estava em fase de recuperação dos procedimentos cirúrgicos, a nação foi acalentada com o seu silêncio. No retorno à ribalta, não diz coisa com coisa, seja no cenário mundial em crise por causa das guerras, seja na crise interna que abre guerra na economia brasileira. Quão bom seria se sua fala sobre o déficit zero tivesse o mesmo prazo de validade daquela que dizia que enquanto ele estivesse no governo, não teria GLO. Que não durou uma semana.

Já estava precificado no mercado a meta de déficit zero estabelecida pelo Ministério da Fazenda para o ano vindouro. Era pura fantasia, embora possa-se dizer tal qual a Tebet que o futuro a Deus pertence. Noves fora o uso do nome do Divino em vão, para coisas tão prosaicas, já se sabia que não passava de desejo. Uma quimera queimada nas labaredas da lulista língua ferina.

O problema é que a fala de Lula antecipou o problema. Pior ainda foi a justificativa presidencial, que não deixaria de tocar as obras do PAC por causa do déficit. Como um elefante limpando uma cristaleira, a falta de sutileza fez aumentar a taxa de juro futuro, pois o governo anunciou que não tem compromisso com as metas da Fazenda e que não vai economizar nos gastos. Sem dinheiro, vai ter que buscar recursos no mercado. E quando diz que vai gastar mais do que arrecada, informa que aumenta o risco de inadimplência. Logo, mais juros.

Não é a ganância do mercado, como a fala simplória do presidente da República quer que acreditemos. É a dinâmica da economia. Não adianta querer enganar os tolos jogando a culpa no Banco Central, como até Haddad passou a fazer. Atingido pelo petardo lulista, Haddad atirou contra o STF, o Congresso e também o BC. Afinal, não poderia culpar o chefe, nem assumir a responsabilidade pelo fiasco do arcabouço fiscal, que só daria certo se houvesse um brutal desempenho na arrecadação. Já estamos no quarto mês de queda sucessiva nas contas de governo.

Lula, com sua fala irresponsável, atrapalha a si mesmo, à sua equipe e a todos nós, que seremos chamados a pagar a conta por sua falta de competência na condução da coisa pública. Seu sincericídio vai levar a todos nós para o buraco. E não vai adiantar jogar a culpa nos outros, muito menos no governo anterior.

O pai dos pobres governa de tal forma que só beneficia os nababos. Mesmo quando usa a falácia de taxar os fundos que recebem investimentos dos super-ricos. Eles têm alternativa para fugir da taxação. Os pobres, coitados, vão pagar mais que os ricos com o imposto da inflação, com perda na qualidade de vida.

Lula, seu silêncio é literalmente de ouro.

Assista ao comentário, veiculado pela TV União, no programa Da Hora.

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Luciano Cléver

Luciano Cléver

Jornalista formado pela UFC, em 1988, coordenou o núcleo de comunicação da Caixa por 18 anos, trabalhou como repórter na Gazeta Mercantil, no Diário do Nordeste como secretário de redação, editor do jornal Expresso do Norte (Sobral), foi editor do portal do Sistema Paraíso. Está à frente do programa de rádio Café com Cléver, veiculado na rádio Paraíso FM (Sobral). E nas redes sociais (Youtube.com/@cafecomclever). É comentarista na TV União. Cristão, apaixonado por cinema, vinho e xadrez.

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