O que era “novela mexicana” acabou em “circo”, nesta sexta-feira (27), no Rio de Janeiro, em reunião do PDT nacional que destituiu Cid Gomes do Diretório Estadual do partido. O picadeiro foi montado a partir da pauta secundária de uma infundada avaliação de 10 meses de gestão do ministro Carlos Lupi, à frente da Previdência Social, quando o real motivo seria a presença de Lupi no encontro, como forma de intimidação àqueles que saíssem em defesa de Cid.

Na matéria publicada na manhã desta sexta-feira, o Blog do Gambito apontou que “a convocação de todos os presidentes estaduais pedetistas – Cid Gomes foi ‘avisado’ do encontro na condição de líder do partido no Senado – poderia indicar que o presidente nacional em exercício, o cearense e presidente estadual destituído André Figueiredo, estaria a compartilhar o ‘sangue’ nas mãos. A tese é reforçada pela pauta secundária do encontro, a avaliação do desempenho do presidente pedetista nacional licenciado Carlos Lupi no comando do Ministério da Previdência Social. Claro que tal avaliação, em infundado período de 10 meses, sem medidas relevantes ou escândalos, seria somente para justificar a presença de Lupi no encontro, uma forma de intimidar os defensores da corrente cidista“.

Mas o que o “respeitável público” não previu foi a missão de Ciro Gomes como o homem que cortaria a “cabeça da cobra”. Afinal, os irmãos sempre se colocaram em lados apostos em disputas eleitorais, diante da estratégia de “ou o Ferreira Gomes ganha ou o Ferreira Gomes ganha”.

Quando Ciro partiu para cima com o “facão”, o irmão quase seis anos mais novo ainda pensou que poderia ser um “chinelo”, como nos velhos tempos da opressão familiar. Mas era um “facão” mesmo…

Cid fora surpreendido por quem jamais poderia imaginar como algoz. Já enfrentou e ganhou de André Figueiredo e até estaria disposto a atropelar Lupi, com ou sem escavadeira… Mas, o irmão?..

Distantes há mais de um ano, Cid subestimou a dor de Ciro, com perdas irreparáveis neste intervalo, não somente políticas…

Com o PDT do Ceará fora de controle, diante do novo momento em que “ou o Ferreira Gomes perde ou o Ferreira Gomes perde”, há de se estabelecer uma uma nova liderança política no Estado, por ora ocupada pelo ministro e senador Camilo Santana, com suporte do governador Elmano. Não é uma liderança nata, por isso vulnerável.

Que não ouse se imaginar no trono a eterna oposição dos Ferreira Gomes, pois nunca se preparou para este momento…