Artigo – Caso do réu por abuso sexual do filho estupra a Justiça

Os casos de abuso sexual contra crianças não param de aparecer. Prosperam principalmente por causa da impunidade. Os predadores são geralmente acobertados pela própria família, tendo em vista que a maioria dos casos ocorre no ambiente doméstico.

Fiquei perplexo e indignado com os fatos escabrosos em Sobral, porque os crimes, até hoje impunes, tiveram maior ocorrência nas escolas e até em salas de aula. Até criança de três anos sofreu abuso dentro de uma creche. A principal reação do entorno – diretores, professores – era no intuito de desacreditar a vítima.

A série Inacreditável (Unbelivable, na Netflix) traz um rol de casos, onde as vítimas mulheres são desacreditadas por um sistema machista. Mas tratamos aqui de uma criança do sexo masculino, tal qual o garoto de 9 anos, abusado continuamente por um professor, numa escola do Sumaré, bairro de Sobral. O apontado pelo crime mudou de escola e chegou a ser premiado por desempenho pela Secretaria da Educação de Sobral.

No caso presente, há suspeita de envolvimento do próprio sistema judiciário. Um coronel reformado da PM é réu num processo que investiga abuso sexual do filho, há dois anos, quando o garoto tinha cinco anos. Mesmo assim, detinha a guarda do filho, garantido pela decisão de um desembargador. O réu, além da alta patente, é sobrinho de desembargadora, parente de três juízes, e amigo de outros tantos.

A mãe do garoto, depois de uma briga com o marido, fugiu com a criança para o estado vizinho e conseguiu medida protetiva para que o pai, que responde pelo processo de abuso, ficasse longe do garoto. Alegando que o filho fora sequestrado, o PM consegue o resgate do filho.

O imbróglio veio a público com a guerra de versões entre os advogados das partes e chamou a atenção de muitos. O CNJ investiga se houve irregularidades, a corregedoria também está de olho. Na decisão mais recente uma juíza determinou que a guarda ficaria com a avó materna. Mas o pai não cumpriu, alegando que avó fora omissa quando sua filha, mãe da criança, teria batido no filho.

O primeiro a ser protegido, o principal interesse é o da criança. Ficar com o pai, réu por ter abusado dele, é um escárnio. O caso ter chegado a esse ponto deixa uma conclusão. O processo pode até concluir que não houve crime, mas um fato é induvidoso: a justiça foi estuprada.

Veja o vídeo de comentário publicado no programa Da Hora, da TV União, na segunda-feira (23/10).

#cafecomclever #lucianoclever #jornalismo #abusosexual #pedofilia #cnj #impunidade #alienacaoparental

Luciano Cléver

Luciano Cléver

Jornalista formado pela UFC, em 1988, coordenou o núcleo de comunicação da Caixa por 18 anos, trabalhou como repórter na Gazeta Mercantil, no Diário do Nordeste como secretário de redação, editor do jornal Expresso do Norte (Sobral), foi editor do portal do Sistema Paraíso. Está à frente do programa de rádio Café com Cléver, veiculado na rádio Paraíso FM (Sobral). E nas redes sociais (Youtube.com/@cafecomclever). É comentarista na TV União. Cristão, apaixonado por cinema, vinho e xadrez.

Uma resposta

  1. A Justiça brasileira é uma prostituta que parece ter-se habituado a casos de estupro. Veja-se que nossa Constituição tem sido estuprada com regularidade.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pode te interessar:

Área de anúncio

Esta é uma área para anúncios ou CTA em tamanho 300x250px

Área de anúncio

Esta é uma área para anúncios ou CTA em tamanho 300x300px

Área de anúncio

Esta é uma área para anúncios ou CTA em tamanho 300x300px