Coluna do Barros Alves

SINODALIDADE

O Papa Francisco, que caminha a passos largos para a heresia, não é o primeiro líder-mor da Igreja a colocar os pés adiante das mãos. Há uma grande lista de desviados da doutrina e do magistério da Igreja, que a comandaram. Pelo menos uns 30 antipapas, assim considerados depois de terem cometido os maiores desatinos. Francisco, claramente partidário da herética Teologia da Libertação, realiza um pontificado permeado de idiossincrasias, tergiversações, invencionices identitárias assentadas em discursos “politicamente corretos” e em alianças esdrúxulas com históricos inimigos da Igreja Católica, em especial com os comunistas. O Sínodo da Amazônia, de caráter político, com o intuito de contraditar as posturas do governo Bolsonaro, não passou de um pacto com ecoterroristas, em desfavor das verdadeiras necessidades do povo amazônico. Por agora, sob o manto de uma igreja da sinodalidade, implementa uma promiscuidade eclesial que ultrapassa o diálogo interreligioso proposto pelo Concílio Vaticano II e mergulha em um ecumenismo promíscuo que fere parâmetros doutrinários e agride o magistério da Igreja de forma jamais vista na história do Catolicismo. Enfim, Francisco assenta-se na roda dos escarnecedores, que ele próprio leva para dentro do Vaticano.

CAVALO DE TROIA

O atual Sínodo convocado pelo Papa Francisco para impulsionar uma maior abertura da Igreja para o mundo, por si mesmo já constitui um erro crasso. A Igreja Católica, universal, fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo e levada pelos apóstolos “até aos confins da Terra”, não deve jamais buscar a parceria do mundo, porque como disse o apóstolo Paulo “o mundo jaz no maligno.” Com denodado e insistente trabalho missionário, sem submeter à esquerda ou à direita, com os olhos postos no Infinito, a Igreja deve converter os povos. É o grande Apóstolo dos Gentios que diz noutro pé: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Ora, o que esperar de uma sinodalidade com base em concessões inauditas feitas justamente àqueles que historicamente preconizam a destruição da Igreja e considera a religião como ópio do povo? Bem disse o cardeal mexicano Juan Sandoval: “A sinodalidade é um cavalo de Troia introduzido na Igreja para destruí-la”.

AUTODESRESPEITO

Na solenidade de abertura do Sínodo dos Bispos – 2023, realizada em 4 do mês fluente, que, a rigor, de episcopal tem muito pouco, o Papa Francisco demonstrou com evidência inegável o espírito hereticamente socialista de seu pontificado. Postou-se na primeira fileira juntamente com vários líderes de comunidades religiosas que não apenas não estão em comunhão com a Igreja Católica, mas além de cismáticas são críticas da doutrina exposada pelo Catolicismo desde os tempos apostólicos, hauridas dos ensinamentos definidos nos primeiros concílios da Cristandade. Atrás da fileira promíscua, vêm aqueles que deveriam ser os legítimos e únicos protagonistas do Sínodo, os bispos. Mas, como se não bastasse essa imagem que diz tudo, outras imagens dão uma ideia da situação de desrespeito ao sagrado que o Papa Francisco permite dentro do Vaticano, a título de acolhimento. Sob a suntuosidade do ambiente, uma maestrina vestia calça e chinelo; o coral formado por jovens se apresentou vestindo shorts e bermudas; e, muito pior: o moço que fez a leitura do texto sagrada nessa solenidade tão importante vestia bermuda, como se estivesse num sarau profano. Aliás, com tais indumentárias, esse pessoal seria proibido de entrar na Assembleia Legislativa do Ceará, por exemplo, ou mesmo em um restaurante de qualidade. Certamente, em nenhum templo das denominações religiosas ali representadas, alguém subiria ao púlpito para uma leitura sagrada. Enfim, o Papa Francisco, ao tempo em que permite esse desrespeito à Casa de Deus, ele próprio perde o respeito dos católicos.  

AQUISIÇÃO HOSTIL

O Cardeal Gerhardt Müller, que exerceu o cargo de prefeito da Congregação para a doutrina da Fé, o órgão mais importante do Vaticano para guardar a tradição do magistério apostólico, alertou para o fato de que a convocação para o tal Sínodo da sinodalidade constitui uma “aquisição hostil” que intentam pessoas que “pensam que a doutrina católica é igual a um programa de partido político.” Lembre-se, por oportuno e necessário que a expressão “aquisição hostil” se refere ao processo usado por investidores, por exemplo, para adquirir o controle de uma empresa por ações que não estão à venda. Com efeito, o bem informado e atento Cardeal Müller alerta para “a fumaça de satanás” (créditos para o Papa Paulo VI) que já adentrou no seio da Igreja cristã, travestida de novidade benéfica para o povo de Deus. O problema é o sentido marxista que está contido no acolhimento, a solidariedade e a misericórdia do Papa Francisco, que as confunde ao aceitar como natural a parceria com não conversos e até com históricos inimigos da Igreja. Ao alertar para essa confusão entre doutrina católica e a ideologia socialista, que toma conta do púlpito e das ações papais, o Cardeal Müller observa com precisão: “O objetivo dessa ideologia é instrumentalizar o valor nominal da Igreja Católica para promover suas próprias ideias. Na realidade, todos são bem-vindos à Igreja. Mas, antes, cada um deve se arrepender de seus pecados e mudar sua vida de acordo com os mandamentos de Deus. É melhor para nós, seres humanos, seguir o caminho de Jesus Cristo e mudar nossa vida de acordo com seus mandamentos e com o Evangelho de Jesus Cristo”. Receber não convertidos no seio da Igreja como se conversos fossem, constitui militância política e não evangelização.

Barros Alves é jornalista e poeta

Nicolau Araújo

Nicolau Araújo

Nicolau Araújo é formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido.

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