PARABÉNS, CEDRO!
Comemora-se hoje, 21 de outubro, os 103 anos do município de Cedro, localizado na Região Centro-sul do Estado. A data refere-se à instalação festiva da cidade, uma vez que, desmembrado de Lavras da Mangabeira, mas também com território composto de glebas dos municípios vizinhos de Várzea Alegre, Icó e Iguatu, o Cedro foi oficialmente declarado município pela Lei 1.725, de 9 de julho de 1920. O 9 de julho me diz respeito porque nasci na mesma data do ano de 1957. O distrito sede somente foi declarado cidade em 19 de agosto de 1925. Claro está que a legislação da época era bem diferente da atual. Meus parabéns a todos os cedrenses, aos que nasceram na boa terra e aos que foram por ela adotados, como é o meu caso. O meu imorredouro afeto por Cedro se deve ao fato de ter ali passado infância e adolescência, idades-luz da existência humana. Ali sonhei primeiro, sorri primeiro e chorei primeiro. De Cedro só guardo as boas lembranças, escoimei as amargas. E sou deveras honrado com a distinção que me fez a Câmara Municipal de Cedro, ao aprovar propositura da então vereadora Ana Nilma, atual vice-prefeita, que me concedeu o título de cidadania honorária. No nome dela e do meu amigo, mestre e mecenas Dr. Bitu abraço todos os cearenses. Salve, Cedro! Boa terra de boa gente.
ACADEMIA CEDRENSE
Cedro sempre se tem destacado no cenário das urbes cearenses, pelo trabalho e espírito cívico de todos e mais ainda pela ação de seus filhos ilustres, quer na política, na economia, nas ciências, na literatura. Não se escreve a história de Cedro sem listar os nomes dos médicos e políticos Antônio Bitu dos Santos, Obi Viana Diniz, Nilson Diniz, ex-deputado Ubiratan Aguiar, que presidiu o Tribunal de Contas da União; a tabeliã Esmeraldina Bezerra, o médico e escritor Luiz Gonzaga de Moura Júnior, o professor e poeta B. C. Neto, decano das Letras em nossa querida Cedro, entre tantos outros luminares em várias áreas do conhecimento. Merece relevo o espírito acolhedor e solidário do povo cedrense, do qual eu sou um dos beneficiários, assim como personalidades ilustres, a exemplo do lavrense João Gonçalves de Lemos, de raízes familiares em Cedro, que por agora preside a Academia Cedrense de Letras. O sodalício, idealizado pelo poeta B. C. Neto, cumpre o desiderato de não deixar fenecer a memória do nosso povo, registrando os fatos, por intermédio da literatura e das artes, para a preservação na História.
SOAMAR ARACATI
O empresário Marcos Monteiro, ex-vereador e atual assessor especial da Prefeitura de Aracati, foi empossado presidente da Sociedade dos Amigos da Marinha-SOAMAR, de Aracati. Conhecido por ser um homem proativo, disposto a dar impulso às ações da entidade, Marcos Monteiro iniciou, de logo, uma reorganização administrativa e elaborou um calendário de atividades com o fim de obter parcerias que possam contribuir para um trabalho de melhorias que beneficiem o litoral não apenas do município de Aracati, mas de todos os localizados naquelas edênicas adjacências. Seguindo esse planejamento, Marcos Monteiro visitou nesta semana o Dr. Urbano Costa Lima Filho, Diretor de Infraestrutura Portuária da Companhia Docas do Ceará, a quem levou pleitos da região. O Dr. Urbano é filho de Aracati e certamente dará inestimável colaboração para o sucesso do trabalho da SOAMAR naquele município.
EXU NÃO TE AMA
A deputada Dra. Silvana apresentou requerimento à Assembleia Legislativa do Ceará solicitando que a direção da Biblioteca Pública Governador Menezes Pimentel, do Ceará, retire um grande dístico exposto do lado externo do prédio em que se lê: “Exu te ama.” Determinados jornalistas ideologicamente imbecilizados pelo “politicamente correto”, dos quais não se poderia esperar atitude diferente, teceram críticas à parlamentar acusando-a de “racismo religioso.” Quanta ignorância!
Em primeiro lugar é inapropriado o termo “racismo religioso”. Quanto a preconceito religioso, nós os cristãos estamos sendo vítimas dessa atitude discriminatória há algum tempo. E sempre praticada por militantes da esquerda ideológica. Quando, num país histórica e tradicionalmente cristão, parlamentares esquerdistas propõem leis que proíbem símbolos religiosos em entidades e locais públicos, isto significa o quê? Uma clara e agressiva discriminação a valores religiosos sedimentados em nossa sociedade. Na prática, Exu não ama a maioria do povo brasileiro, os cristãos de várias denominações.
CONSTITUIÇÃO E LAICIDADE DO ESTADO
Se não nos é dado explicitar símbolos cristãos em locais públicos, por que aceitar que símbolos, dísticos, mensagens explícitas apelem para o imaginário das pessoas em locais públicos, usando o artifício da política cultural em atividade paga com o dinheiro do povo, para fazer propaganda religiosa de doutrinas esdrúxulas? Há uma contradição intrínseca no argumento que se usa para nos acoimar de preconceituosos. Aqueles que desejam afastar o cristianismo da sociedade brasileira, até por intermédio de expedientes escusos, esses sim, são os preconceituosos e intolerantes. A Constituição brasileira é principiológica e em sua porta de entrada, o preâmbulo, invoca o nome Deus, o Deus dos cristãos. Não fala em Exu, Oxóssi, Ogum, Xangai, Iemanjá e similares. Isto foi objeto de ingente batalha na Constituinte, o fórum mais legítimo para essa discussão. Os cristãos se sobressaíram vitoriosos. Em 1993, durante a revisão constitucional , o deputado José Genoíno tentou mais uma vez retirar o nome de Deus da Constituição. Foi flagrantemente derrotado. Então, sem abstrair o direito social de outras religiões para praticar o seu culto, a deputada simplesmente está a defender o princípio constitucional expresso na abertura, o preâmbulo, da nossa Carta Magna. Sobretudo o fato de que erram os que defendem a propaganda de Exu, porque se o Estado é laico como eles insistem para boicotar cristãos, por que não o é quando se trata de gastar recursos públicos com religiões de matriz africana?
Barros Alves é jornalista e poeta
