Coluna do Barros Alves

CEGUEIRA 

Quando em 2010 faleceu o escritor português José Saramago, Nobel de Literatura, stalinista ranzinza, escrevi que ele certamente, pelas posições políticas de defesa de assassinos de Estado adotadas durante toda a vida, iria direto para as profundezas do inferno. Só há uma saída para gente como Saramago, Gabriel Garcia Marquez e outros similares: a misericórdia de Deus. A lembrança de Saramago me veio em texto do escritor Luciano Pires sobre a cegueira ideológica do romancista português. Saramago  passou mais de 30 anos apoiando a ditadura cubana, com a qual só rompeu em 2003, quando Fidel determinou o fuzilamento de três dissidentes. Nessa altura, o ditador já havia colocado no “paredón” mais de 30 mil cubanos que não aceitaram a perda da liberdade sob o governo dos barbudos comunistas.

CIDADE DE CEGOS

Em 1995 Saramago publicou um romance no qual perambulam personagens que são autorretratos do autor. No “Ensaio sobre a cegueira”  o ficcionista conta a história de um homem que inexplicavelmente fica cego de repente. A cegueira é contagiosa. Aos poucos muitas pessoas perdem a visão na cidade. Com efeito, na realidade, a cegueira ideológica é uma doença contagiosa. Saramago sofreu desse mal a vida inteira. E mesmo tendo rompido com Cuba, permaneceu defendendo causas absurdas como os terroristas do mundo islâmico que desejam destruir Israel. Não tenho dúvida de que a fábula de Saramago se aplica perfeitamente aos esquerdistas dos dias atuais. Eles moram numa cidade imaginária, o esquerdismo doentio e  psicopático, onde a cegueira os faz pensar que os terroristas do Hamas são anjos da liberdade. Bem lembra Luciano Pires, que essa gente cavalga um discurso cheio de piruetas retóricas para defender a crueldade praticada por assassinos travestidos de defensores da liberdade.

INVENCIONICE

A deputada Larissa Gaspar é uma parlamentar atuante, articulada, boa de tribuna. O problema é que ao se jungir à pauta da esquerda, gente inteligente esquece pressupostos elementares e intenta colocar no ordenamento legal do Estado o velho besteirol próprio da demagogia esquerdista. Por agora, tramita na Assembleia Legislativa do Ceará Projeto de Indicação de autoria da deputada Larissa Gaspar, que “institui o Programa de Certificação em Promoção da Igualdade Racial, destinado às instituições públicas e privadas, associações civis e empresas sediadas no Estado do Ceará, com a finalidade de estimular e reconhecer a prática de ações no campo da promoção da igualdade racial, do enfrentamento ao racismo e do combate à discriminação étnico-racial.” Essa lenga-lenga gramsciana tem como pano de fundo criar chifre em cabeça de cavalo. Dividir racial e etnicamente uma sociedade como a nossa onde não há discriminação racial. Somos uma civilização mestiça, somos um gostoso caldo de culturas, a mestiçagem é que dá o tom entre nós. Sugiro à deputada que leia Gilberto Freyre e, sobretudo, o seu colega comunista Darcy Ribeiro, um entusiasmado defensor da tese da mestiçagem. Comece por uma longa entrevista que ele concedeu a colegas intelectuais, também socialistas, que foi publicada em livro subordinado ao título “Mestiço é que é bom”.

NOSSA CULTURA

Deputado Renato Roseno

O deputado Renato Roseno é outro socialista juramentado, que segue entusiasmado a pauta gramsciana, que combato também entusiasticamente. Por outro lado, sigo Santo Tomás de Aquino no que escreveu em carta endereçada a um jovem frade seu companheiro: “Quando ouvires algo, não olhes quem fala, mas, se for bom, confia-o à memória.” (Da “Epístola Sobre o Modo de Estudar”) Quero confiar à minha memória e à dos cearenses o Projeto de Lei de autoria do deputado Renato Roseno  que “dispõe sobre percentual mínimo de contratação de artistas cearenses ou atuantes no Ceará e de artistas que expressem a cultura cearense.” Trata-se de uma propositura boa, bela e justa. Pois não é que um deputado, salvo engano o líder do governo que tanto arrota defesa da cultura, deu parecer contrário ao importante projeto do Roseno! Quanta inconsequência!!! A Roseno restou  solicitar  retirada do PL de pauta para tentar salvar alguma coisa. Bem filosofava meu analfabeto pai: melhor perder no boi do que perder o boi todo.

Barros Alves é jornalista e poeta

Nicolau Araújo

Nicolau Araújo

Nicolau Araújo é formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Marketing Político e com passagens pelo O POVO, DN e O Globo, além de assessorias no Senado, Governo do Estado, Prefeitura de Fortaleza, coordenador na Prefeitura de Maracanaú, coordenador na Câmara Municipal de Fortaleza e consultorias parlamentares. Também acumula títulos no xadrez estudantil, universitário e estadual de Rápido.

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