“Em pleno século XXI uma pessoa com a senha do PDT do Ceará INATIVOU todos os membros do Diretório Estadual do PDT do Ceará. Esse ABSURDO foi praticado sem sequer uma reunião, sequer informe e muito menos debate. PERSEGUIÇÃO e AUTORITARISMO que não irão nos intimidar”!
A indignação é do secretário estadual do Desenvolvimento Econômico, deputado estadual e então membro do Diretório Estadual do PDT, Salmito, na tarde desta sexta-feira (6), diante da crise política que se estabeleceu no ainda maior partido político no Estado, há mais de um ano, desde a divergência sobre a candidatura do PDT ao Palácio da Abolição.
A confusão ocorreu quando o partido decidiu escolher o nome do candidato, sem a consulta dos partidos aliados, enquanto integrantes do próprio PDT queriam a participação dos aliados na escolha. Ao prevalecer a vontade da direção estadual, o nome escolhido foi Roberto Cláudio, ex-prefeito de Fortaleza. Para os defensores da presença dos aliados no processo, o nome a ser escolhido seria o da ex-governadora Izolda Cela.
O PDT então seguiu rachado para a disputa ao Palácio da Abolição, com a parte mais fraca da aliança de partidos, enquanto os chamados dissidentes pedetistas não mergulharam na campanha de RC, o que acabou acarretando na vitória do petista Elmano, já no primeiro turno, e de uma humilhante derrota do projeto do Diretório Estadual, influenciando também na inédita queda no Ceará da candidatura Ciro Gomes, ao Palácio do Planalto.
Desde então, a direção do PDT não desceu do palanque ao Palácio da Abolição e segue com vexame sobre vexame, incluindo chacota na mídia nacional.
Comissão provisória
O mais recente imbróglio ocorreu nesta sexta-feira (6), quando o presidente nacional em exercício André Figueiredo, parte interessada no processo e peça decisiva na crise política do partido, decidiu destituir todo o Diretório Estadual, com uma canetada, ao alegar o fim do prazo da prorrogação do mandato de dois anos de mandato, quando de início ele próprio se beneficiou na condição de presidente estadual.
Ao acumular as presidências estadual e nacional do partido, caso único no país, Figueiredo se viu em um constrangimento ético e entregou a direção no Ceará ao vice-presidente Cid Gomes. Mas a nova direção não seguiu a cartilha de Figueiredo.
Apelo das minorias
Ainda em palanque político, Figueiredo tenta a simpatia da imposição de uma Comissão Provisória pela valorização das minorias, ao botar no comando uma mulher, um histórico (idoso) e um negro.
“A Comissão Provisória será presidida pela coordenadora da Ação da Mulher Trabalhista, Cristhina Brasil, tendo o ex-senador, professor Flávio Torres como vice-presidente, além do presidente do movimento negro nacional, Ivaldo Paixão, representantes do PDT diversidade, juventude e membros do interior do Estado. Nomes com histórias consistentes, respeitados a fim de consolidar uma desejada pacificação no momento do partido no Ceará”, diz em nota a direção nacional do PDT..
“Importante ainda registrar que Cristhina Brasil passa a ser a única mulher a dirigir um grande partido no Ceará”, segue a nota.
Segue o imbróglio…