BRIGA BOA

Disputas políticas, às vezes, quanto mais acirrada melhor. É o caso do cenário em Iguatu, principal centro social e econômico da Região Centro-sul do Estado, onde desde há algum tempo se engalfinham os deputados Agenor Neto e Marcos Sobreira. Enquanto se entredevoram nos palanques e tribunas, ganha a população. Ambos os dois, em bom português, escavam recursos para o município. Já ontem o Agenor peregrinava nos ministérios de Brasília, levado a tiracolo pelo deputado federal Robério Monteiro e levando o filho, o engenheiro Ilo Neto, pré-candidato a prefeito de Iguatu. Encheram o saco de alguns ministros, mas retornaram de sacola cheia. Agenor Neto e Marcos Sobreira não se bicam, mas bebem na mesma fonte situacionista, tanto cá como lá nas esferas do planalto.  Ambos oriundos de oligarquias locais, pragmaticamente viraram esquerdistas de carteirinha.

MISSIONÁRIA

Na tarde de hoje a Assembleia Legislativa do Ceará realizará sessão solene em homenagem ao Dia do Missionário, cuja data oficial se comemora em 27 de setembro por proposta da Deputada Dra. Silvana, que se transformou em lei e consta do calendário oficial do Estado. Vários missionários, sob a liderança do Pastor José Walter da Silveira Filho, serão homenageados pela Casa, em sessão a ser presidida pela deputada Dra. Silvana, que propôs a realização da solenidade e que faz do mandato parlamentar uma missão exercida em parâmetros evangélicos, e que entende lhe foi determinada do Alto.  

INSALUBRIDADE

A Célula de Taquigrafia, um dos mais importantes setores da Assembleia Legislativa do Ceará, cujo trabalho é diretamente afeto ao Plenário da Casa, no recolhimento dos pronunciamentos dos parlamentares, há muito vive o desapreço administrativo.  Nos anos 1980 os taquígrafos trabalhavam em espaço amplo e arejado, com visibilidade plena para o exterior. Depois, tal espaço foi encolhendo com reformas nem sempre necessárias. Atualmente, a Célula de Taquigrafia está (des)acomodada num corredorzinho ao lado do Plenário, em condições insalubres.  Célula!!! A rigor, no caso do Setor de Taquigrafia, encolheu. Célula!!! Todo dia se inventa nome novo para coisas velhas sem que, de fato, se tenha em mente a atenção ao servidor. A situação me faz lembrar a imagem bíblica: não se deve colocar remendos novos em odres velhos. Aliás, com o advento das novas tecnologias, o exercício da taquigrafia (escrita rápida por intermédio de sinais e símbolos) nem existe mais. Então, já deveria ter havido junto com o avanço tecnológico, uma inovação na nomenclatura da “Célula”, com consequente valorização dos servidores a partir do local em que trabalham.

MULHERES EM AÇÃO

Sob a liderança da Dra. Cristiane Leitão, primeira-dama do Poder Legislativo, o Movimento das Mulheres do Legislativo Cearense (MMLC) iniciou um programa de ação neste mês, dentro do já tradicional projeto “Outubro Rosa”, realizado anualmente. “Prevenir não dói” é o tema escolhido este ano e sob cujo olhar serão realizadas ações que têm por fim conscientizar e prevenir as mulheres quanto ao cuidado que devem observar no que diz respeito ao câncer de mama e do colo do útero. Na linha de frente, juntamente com Cristiane Leitão, estão Adriana Pedrosa, mãe do jovem deputado Bruno Pedrosa; e Meire Costa Lima, ex-deputada, mãe do deputado Júlio César Filho e presidente de Honra do MMLC, ambas pioneiras no Movimento de Mulheres do Legislativo, que não descuidam do cuidado com as mulheres do Parlamento e da sociedade cearense em geral. Bem o diz a ex-deputada Meire Costa Lima: “Devemos agir todo dia como se estivéssemos sempre no outubro rosa, pois é imprescindível a conscientização das mulheres para os perigos do câncer.”

RECORDANDO

O deputado Aquiles Peres Mota, que presidiu a Assembleia Legislativa, com sabedoria e descortino em momentos de transição política, conhecia a Casa como a palma da mão, além da experiência que adquirira nas lides do movimento estudantil. A quem estranhava os embates em Plenário, os arroubos, as exaltações, até exageros no trato de determinados parlamentares com outros, Aquiles baforava a fumaça do seu indefectível cigarro, espraiava o olhar em redor e dizia do alto de sua tranquilidade: “Isto aqui é só teatro. As coisas já foram acertadas nos bastidores.” Por isso, não se espantem os incautos. No Parlamento, como diz o velho ditado, entre mortos e feridos se salvam todos.

VERSATIRIZANDO

Ele não fede nem cheira,
É picolé de chuchu,
Tem a alma de urubu,
Virou miçanga de feira.
E você queira ou não queira
Ele se atolou na lama,
Para aumentar a má fama
Aceita tudo calado.
Virou um pobre abestado
Vice de primeira dama.

Barros Alves é jornalista e poeta